quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Legai - Capítulo 2

Rim Elm era uma pequena vila na encosta da região de Drake Kingdom. Cercada por grandes muralhas de rochas de cor cinza e resistentes, ela protegia seus moradores (que não ultrapassavam quinhentas pessoas) da terrível neblina, a Mist. O oceano, que brilhava azul em contraste com o céu daquele dia ensolarado, banhava alegremente a pequena praia que o vilarejo possuía em seu território. Duas pequenas escadarias, formadas nos rochedos do local mesmo, é que davam acesso àquele lugar onde as pessoas relaxavam depois de um dia cheio.
     Perto das areias esbranquiçadas, um cata-vento de madeira movia sua hélice verde conforme os balanceios do vento sazonal. Perto dali, uma árvore solitária balançava sua folhagem verde preguiçosamente, escondendo uma pequena colméia de abelhas em seu interior. Outra árvore, no entanto, era a que mais merecia atenção: necessariamente no meio do vilarejo, sendo alcançada depois de descer por mais algumas escadas, ela era abundantemente verde em seu tronco; um verde vivo, mas que parecia triste, por alguma razão.
     Aquela árvore não havia folhas, apenas galhos nus que se estendiam inutilmente para os ares. Apesar da aparência pouco agradável, era enraizada no centro de uma espécie de pracinha, com piso e paredes de concreto, ladrilhados. Os moradores de Rim Elm mostravam grande respeito e prestavam suas rezas a ela, uma vez que seu nome era “Genesis Tree”, a árvore da vida.
     No mais, o resto do vilarejo era composto por casas pacatas, de madeira (a do prefeito ficava em uma elevação ao nordeste, quase em contato com a grande muralha). Rim Elm possuía seu próprio comércio, fazendo deste um dos poucos bons lugares para se morar desde que a Mist corroeu os Serus do mundo de Legaia.
     De uma casa não muito grande, perto da praia, um jovem de quinze anos aparecia à luz do Sol, com uma cara sonolenta. Ele tinha cabelos azuis, curtos, que não passavam abaixo de seu pescoço, mas que possuíam duas mechas em cada lado da face. Seus olhos eram de mesma coloração, mas com um brilho específico que só eles haviam.
     As roupas que o rapaz usava eram simples: sapatos de couro, calças compridas leves que combinavam com seus cabelos e uma jaqueta vermelha (com um desenho de uma chama laranja nas costas) por cima de uma camisa branca de gola amarela.
     Vahn coçou a cabeça, ainda de olhos cerrados, e bocejou sem preocupação alguma. Instantes depois, como se tivesse levado uma injeção de ânimo, estapeou de leve seu rosto, e sussurrou algumas palavras para si mesmo:

        Vahn:
     – Amanhã...! – sorriu em seguida.

     Fitou o céu azul e as pessoas de sua pacífica vila andando alegres sob ele. Algumas senhoras conhecidas lhe acenaram com a mão, dando-lhe bom dia, e o rapaz retribuiu da mesma maneira.

   

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aviso

Pessoal postando uma nova história !!!!

Legaia - Prólogo

Deus criou os céus, as terras e os mares.
Depois de criar todas as coisas no universo, fez os seres humanos para que governassem sobre este mundo chamado Legaia. Porém, ainda que possuíssem uma inteligência divina, os humanos eram fisicamente inferiores às bestas selvagens, também residentes naquele mundo, e muito impulsivos de espírito; muitas vezes os homens beiraram sua própria extinção por conta destes fatores cruciais.
Preocupado com o futuro de suas criações, Deus enviou-lhes uma mística ajuda que certamente os socorreria.
Estes eram os “Seru”.
De acordo com a história, desde que a memória humana tem conhecimento, estas criaturas conviveram junto dos homens, em paz e harmonia, os obedecendo, e –ocasionalmente–, lhes fazendo mais fortes. Quando não está sendo utilizado por um humano, um Seru se assemelha mais a uma escultura rochosa. Entretanto, em contato com um humano, este pode ter sua aparência alterada e receber poderes secretos e misteriosos.
Com um Seru, os humanos podem levantar coisas dezenas de vezes mais pesadas que seu próprio peso; bem como voar livremente pelo céu azul.
Contudo, aquele tempo de alegrias chegou a seu fim...
Surgindo do mais absoluto desconhecido, a “Mist” (ou neblina) espalhou-se de sua origem no Reino de Karisto para cobrir todo o mundo, trazendo o fim da paz entre Seru e humanos. Depois que aquele mal imponente apareceu, os Seru, que originalmente obedeciam aos homens, rebelaram-se em sua fúria contra os mesmos: começaram a atacá-los, matá-los, possuí-los e transformá-los em terríveis monstros sem sã consciência que desejavam apenas sangue.
Como se houvessem sido esquecido por Deus, os homens entraram em colapso. Aquela seria conhecida como a Era Negra da Humanidade.
Os que escaparam vivos da terrível Mist abrigaram-se em áreas isoladas do mapa, se protegendo como suas capacidades permitiam. Agora, suas finadas esperanças são as únicas fontes de coragem e inspiração em seus corações preenchidos de medo; medo este de seus antigos companheiros: os Seru

Era dos Mortos - Capítulo 3

EXT.Cemíterio.Dia 3

O vírus criado pelo homen era um aerotransmissível de vida curta e tinha se dispersado rapidamente, infectando cerca de metade da população da ilha...mas os novos infectados correram atrás da outra metade, espalhando a doença. Alguns conseguiram escapar logo depois, mas entre os infectados, fugir tinha se tornando uma fria opção. A ilha inteira estava infestada. Talvez foi o que deveria ser. Talvez todos nos tivemos o que merecíamos. Rodrigo sabia que não era um homem ruim, mas não queria se enganar, ele também não era o mocinho. Ele já se fez de cego para coisas muito ruins em troca de um bom pagamento, e por mais que quisesse entregar a verdade, ele não podia negar sua participação no apocalipse que agora o cercava. Ele nunca considerou que algo assim poderia acontecer com sua equipe e consigo.
Outro cadáver passou perto de seu abrigo temporário. Rodrigo instintivamente agachou mais, e novamente teve que se esforçar para não desmaiar, a dor chocantemente intensa. Ele já tinha quebrado costelas antes; mais isso era diferente,algo interno. Fígado perfurado, talvez, morte certa se não conseguir ajuda. Considerando que a onda de azar permanecia, ele acabaria perdendo todo o sangue antes que alguém o comesse...
Seus pensamentos estavam vagando, a dor tinha se aprofundado e por mais que quisesse descansar, havia a garota, ele não podia se esquecer dela. Ele estava perto agora, muito perto. Um dos guardas, a tinha deixado inconsciente antes de fazer o exame físico e preencher o formulário, e isso tinha sido antes do ataque. Ela ainda devia estar na cela de isolamento, a entrada para o subsolo estava atrás dos destroços do helicóptero.

Rodrigo
Quase lá, depois posso descansar.

A maioria dos quase humanos tinham se afastado dos destroços em chamas, seguindo algum instinto primário talvez. Ele tinha perdido sua arma a caminho, e se pudesse correr para trás das lápides da parede oeste...
Rodrigo sentou-se calmamente, a dor piorando, fazendo-o se sentir enjoado e fraco. Devia haver um frasco de liquido hemostático no kit de primeiros socorros do presídio,ele poderia ao menos diminuir o sangramento interno, apesar de já estar preparado para aceitar a morte, tanto quanto qualquer um.
Mas não antes de chegar até a garota.

Rodrigo
Eu a capturei, eu a trouxe aqui. É minha culpa, e se eu morrer, ela morre também.

Apesar de todo o terror que tinha testemunhado naquele dia, os amigos que tinha perdido e o constante sofrimento de uma horrível morte, ele não conseguia parar de pensar nela. Mayo tinha sangue nas mãos, claro, mas não de propósito, não como a Extell. Não como ele. Ela não tinha matado por ambição, ela não tinha feito ser indiferente por todos esses anos...e ter visto sua equipe de elite virando espaguete pelos monstros, ter passado o dia lutando por sua vida, estava claro que levar a Extell par a justiça era o que os moçinhos faziam. A garota merecia algo por aquilo, mesmo se não for para morrer sozinha e no escuro. E aconteceu de ele estar com um molho de chaves tiradas do cinto de um guarda, com certeza uma delas serviria.
Faíscas subiam dos destroços para o céu escurecendo, pequenos insetos brilhantes sumindo, ocasionalmente acertando um dos zumbis mais próximos, chiando em sua pele cinza antes de apagar. Eles não se incomodavam. Rodrigo apertou os dentes e ficou de pé, ciente de que a jovem Mayo não duraria dez minutos sozinha, ciente de que queria lhe dar uma chance. Não era o mínimo que podia fazer, era simplesmente a única coisa restando.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Era dos Mortos - Capítulo 2


EXT.Cemitério.Dia 2

Rodrigo era sortudo de novo, era o que parecia. Ele teve dez dias para preparar suas tropas, dez dias enquanto o quartel tentava interrogar a garota sem sucesso. A viagem Paris/FortLand foi fácil.
Os pilotos eram de primeira e a garota ficou sabiamente calada. Todos os seus homens tinham sido preparados psicologicamente para a oportunidade, o astral estava alto assim que tocaram o chão e começavam a se prepara para os primeiros tiros.
E então, em menos de oito horas depois do pouso, em sua segunda visita a ilha, o complexo foi brutalmente atacado por desconhecidos, um repentino e preciso ataque aéreo.Com certeza foi financiado por uma corporação, tecnologia de ponta e munição ilimitada, os helicópteros e aviões cruzaram o céu como um trovejante pesadelo negro, o ataque bem planejado e impiedoso. Ate onde pode se dizer, tudo foi atingido, o presídio, os laboratórios, o centro de treinamento...ele pensou que a casa dos Gibson’s podia ter sido poupada, mas não apostaria nisso. O ataque foi devastador o bastante, porem imediatamente superado pelo que veio em seguida, o destruído laboratório de segurança máxima vazou meia dúzia de variações de vírus, e um numero de B.O.W.S experimentais escaparam. A serie de vírus transformava humanos em canibais sem cérebro, um infeliz efeito colateral, mas não tinha sido criado para pessoas. Através dos questionáveis milagres da ciência moderna, a maioria das armas vivas nem lembrava humanos, e o vírus as tornava maquinas de matar.
O caos prosseguiu. O comandante da base, aquele maníaco, Bold Gibson, não fez nada, e foi a vez dos soldados graduados liderarem.
 Os prisioneiros eram inúteis, mas havia soldados suficientes no chão para lançarem uma defesa e um contra-ataque sem sucesso; seus próprios homens caíram tão rápido quanto os outros, eliminados a caminho do helicóptero pro um trio de OR1, a espécie de vírus da vez.
Todo aquele treinamento perdido em apenas um ou dois minutos. Os OR1 eram particularmente asquerosos, violentos, agressivos e extremamente poderosos. Felizmente, apenas alguns deles tinham escapado... mas apenas alguns foram suficiente. Engraçado como sua equipe foi tão cuidadosa para evitar a infecção, usando mascaras desde as primeiras bombas e ainda assim foram mortos por uma forma de vírus.
Pelo menos foi rápido, antes de saberem o tamanho do problema em que estavam. Rodrigo pensou, invejando a esperança deles. Ele estava ferido, exausto, e tinha visto coisas que o assombrariam pelo resto da vida, independente de quanto longa ela seria. Eles foram sortudos. Fortland tinha se tornado um inferno na terra.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Aviso

Estarei viajando por um tempo, vai atrasar um pouco as postagens.
Mas deixei uma nova história de zumbis para vocês.
Deixando vocês com um gostinho de quero mais  ^^ .
Hehehe, mas assim que eu chegar juro que postarei em dobro !
Até mais.... E muito obrigado pelas visitas !
Espero que estejam gostando .

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Era dos Mortos - Capítulo 1

EXT.Cemiterio-Dia 1

Encarado pela morte eminente, cercado por infectados e pessoas morrendo, enquanto destroços do helicóptero em chamas choviam do céu, tudo que Rodrigo Juan Raval conseguia pensar era a garota. Nela e em um jeito de sair de lá.
-Ela também morrerá.
Ele mergulhou para se proteger atrás de uma lápide enquanto o cemitério chacoalhava.
Com um som de metal se estilhaçando em alta velocidade, uma grande parte do helicóptero em chamas caiu no canto mais distante do cemitério, espirando combustível nos apodrecidos prisioneiros e soldados.
Brilhantes e oleosas linhas de combustível espalharam-se pelo chão como lava grudenta e quando Rodrigo caiu no chão, sentiu uma tremenda dor na barriga, duas de suas costelas quebrando contra um pedaço de mármore escuro escondido debaixo do mato.A dor foi súbita e terrível, paralisante. Mas de alguma forma ele não desmaiou. Ele não podia se dar ao luxo.
Uma das pás do rotor cortou a terra a sessenta centímetros dele, levantando areia par o alto.Ele ouviu um novo coral de gemidos sem palavras, os infectados reclamando da chuva de areia.
Um guarda infectado passou por ali, seu cabelo brilhando como uma tocha, seus olhos cegos vasculhando.
Eles não sentem, não sentem nada, Rodrigo lembrou a si desesperadamente, concentrando-se em sua respiração, com medo de andar enquanto a dor ia de um berro a um mero grito.Não são mais humanos.
O ar estava pesado com uma enjoativa fumaça, cheiro de decomposição acelerada e carne queimada.
Ele ouviu alguns tiros em algum lugar no complexo carcerário, mas só alguns; a batalha estava acabada, e todos eles tinham perdido.Rodrigo fechou os olhos pelo tempo que conseguiu ousar, certo de que nunca mais veria outro nascer do sol. E por falar em dia ruim.Tudo começou a dez dias, em Paris. A Mayo tinha invadido a administração do quartel general e criado uma infernal e violenta briga antes que Rodrigo a pegasse.A verdade era, ele teve sorte ela tinha sacado a arma e estava vazia.
È, muita sorte, ele pensou amargamente.Se ele soubesse o que o futuro lhe reservava ele teria recarregado a arma para ela.
A recompensa por tê-la pego com vida foi a chance de levar sua unidade de segurança de elite para combater contaminados vivos no complexo FortLand, numa remota ilha do Atlântico Sul.
A garota terminaria virando uma cobaia para os cientistas, ou talvez uma isca para seu problemático irmão e os rebeldes do D.E.C.O.R, os quais Rodrigo não parava de ouvir. Dezessete pessoas foram seriamente feridas e outras cinco morreram durante a presença de Mayo na administração do quartel general.
Boa parte deles não eram confiável e Rodrigo não dava a mínima para eles, mas capturar a garota significaria que ele poderia conseguir um bom pagamento. A Extell podia transforma-la numa barata gigante de Néon, ele não ligava, e certamente fariam algo pior.