segunda-feira, 11 de julho de 2011

Era dos Mortos - Capítulo 1

EXT.Cemiterio-Dia 1

Encarado pela morte eminente, cercado por infectados e pessoas morrendo, enquanto destroços do helicóptero em chamas choviam do céu, tudo que Rodrigo Juan Raval conseguia pensar era a garota. Nela e em um jeito de sair de lá.
-Ela também morrerá.
Ele mergulhou para se proteger atrás de uma lápide enquanto o cemitério chacoalhava.
Com um som de metal se estilhaçando em alta velocidade, uma grande parte do helicóptero em chamas caiu no canto mais distante do cemitério, espirando combustível nos apodrecidos prisioneiros e soldados.
Brilhantes e oleosas linhas de combustível espalharam-se pelo chão como lava grudenta e quando Rodrigo caiu no chão, sentiu uma tremenda dor na barriga, duas de suas costelas quebrando contra um pedaço de mármore escuro escondido debaixo do mato.A dor foi súbita e terrível, paralisante. Mas de alguma forma ele não desmaiou. Ele não podia se dar ao luxo.
Uma das pás do rotor cortou a terra a sessenta centímetros dele, levantando areia par o alto.Ele ouviu um novo coral de gemidos sem palavras, os infectados reclamando da chuva de areia.
Um guarda infectado passou por ali, seu cabelo brilhando como uma tocha, seus olhos cegos vasculhando.
Eles não sentem, não sentem nada, Rodrigo lembrou a si desesperadamente, concentrando-se em sua respiração, com medo de andar enquanto a dor ia de um berro a um mero grito.Não são mais humanos.
O ar estava pesado com uma enjoativa fumaça, cheiro de decomposição acelerada e carne queimada.
Ele ouviu alguns tiros em algum lugar no complexo carcerário, mas só alguns; a batalha estava acabada, e todos eles tinham perdido.Rodrigo fechou os olhos pelo tempo que conseguiu ousar, certo de que nunca mais veria outro nascer do sol. E por falar em dia ruim.Tudo começou a dez dias, em Paris. A Mayo tinha invadido a administração do quartel general e criado uma infernal e violenta briga antes que Rodrigo a pegasse.A verdade era, ele teve sorte ela tinha sacado a arma e estava vazia.
È, muita sorte, ele pensou amargamente.Se ele soubesse o que o futuro lhe reservava ele teria recarregado a arma para ela.
A recompensa por tê-la pego com vida foi a chance de levar sua unidade de segurança de elite para combater contaminados vivos no complexo FortLand, numa remota ilha do Atlântico Sul.
A garota terminaria virando uma cobaia para os cientistas, ou talvez uma isca para seu problemático irmão e os rebeldes do D.E.C.O.R, os quais Rodrigo não parava de ouvir. Dezessete pessoas foram seriamente feridas e outras cinco morreram durante a presença de Mayo na administração do quartel general.
Boa parte deles não eram confiável e Rodrigo não dava a mínima para eles, mas capturar a garota significaria que ele poderia conseguir um bom pagamento. A Extell podia transforma-la numa barata gigante de Néon, ele não ligava, e certamente fariam algo pior.

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