quarta-feira, 13 de julho de 2011

Era dos Mortos - Capítulo 2


EXT.Cemitério.Dia 2

Rodrigo era sortudo de novo, era o que parecia. Ele teve dez dias para preparar suas tropas, dez dias enquanto o quartel tentava interrogar a garota sem sucesso. A viagem Paris/FortLand foi fácil.
Os pilotos eram de primeira e a garota ficou sabiamente calada. Todos os seus homens tinham sido preparados psicologicamente para a oportunidade, o astral estava alto assim que tocaram o chão e começavam a se prepara para os primeiros tiros.
E então, em menos de oito horas depois do pouso, em sua segunda visita a ilha, o complexo foi brutalmente atacado por desconhecidos, um repentino e preciso ataque aéreo.Com certeza foi financiado por uma corporação, tecnologia de ponta e munição ilimitada, os helicópteros e aviões cruzaram o céu como um trovejante pesadelo negro, o ataque bem planejado e impiedoso. Ate onde pode se dizer, tudo foi atingido, o presídio, os laboratórios, o centro de treinamento...ele pensou que a casa dos Gibson’s podia ter sido poupada, mas não apostaria nisso. O ataque foi devastador o bastante, porem imediatamente superado pelo que veio em seguida, o destruído laboratório de segurança máxima vazou meia dúzia de variações de vírus, e um numero de B.O.W.S experimentais escaparam. A serie de vírus transformava humanos em canibais sem cérebro, um infeliz efeito colateral, mas não tinha sido criado para pessoas. Através dos questionáveis milagres da ciência moderna, a maioria das armas vivas nem lembrava humanos, e o vírus as tornava maquinas de matar.
O caos prosseguiu. O comandante da base, aquele maníaco, Bold Gibson, não fez nada, e foi a vez dos soldados graduados liderarem.
 Os prisioneiros eram inúteis, mas havia soldados suficientes no chão para lançarem uma defesa e um contra-ataque sem sucesso; seus próprios homens caíram tão rápido quanto os outros, eliminados a caminho do helicóptero pro um trio de OR1, a espécie de vírus da vez.
Todo aquele treinamento perdido em apenas um ou dois minutos. Os OR1 eram particularmente asquerosos, violentos, agressivos e extremamente poderosos. Felizmente, apenas alguns deles tinham escapado... mas apenas alguns foram suficiente. Engraçado como sua equipe foi tão cuidadosa para evitar a infecção, usando mascaras desde as primeiras bombas e ainda assim foram mortos por uma forma de vírus.
Pelo menos foi rápido, antes de saberem o tamanho do problema em que estavam. Rodrigo pensou, invejando a esperança deles. Ele estava ferido, exausto, e tinha visto coisas que o assombrariam pelo resto da vida, independente de quanto longa ela seria. Eles foram sortudos. Fortland tinha se tornado um inferno na terra.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Aviso

Estarei viajando por um tempo, vai atrasar um pouco as postagens.
Mas deixei uma nova história de zumbis para vocês.
Deixando vocês com um gostinho de quero mais  ^^ .
Hehehe, mas assim que eu chegar juro que postarei em dobro !
Até mais.... E muito obrigado pelas visitas !
Espero que estejam gostando .

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Era dos Mortos - Capítulo 1

EXT.Cemiterio-Dia 1

Encarado pela morte eminente, cercado por infectados e pessoas morrendo, enquanto destroços do helicóptero em chamas choviam do céu, tudo que Rodrigo Juan Raval conseguia pensar era a garota. Nela e em um jeito de sair de lá.
-Ela também morrerá.
Ele mergulhou para se proteger atrás de uma lápide enquanto o cemitério chacoalhava.
Com um som de metal se estilhaçando em alta velocidade, uma grande parte do helicóptero em chamas caiu no canto mais distante do cemitério, espirando combustível nos apodrecidos prisioneiros e soldados.
Brilhantes e oleosas linhas de combustível espalharam-se pelo chão como lava grudenta e quando Rodrigo caiu no chão, sentiu uma tremenda dor na barriga, duas de suas costelas quebrando contra um pedaço de mármore escuro escondido debaixo do mato.A dor foi súbita e terrível, paralisante. Mas de alguma forma ele não desmaiou. Ele não podia se dar ao luxo.
Uma das pás do rotor cortou a terra a sessenta centímetros dele, levantando areia par o alto.Ele ouviu um novo coral de gemidos sem palavras, os infectados reclamando da chuva de areia.
Um guarda infectado passou por ali, seu cabelo brilhando como uma tocha, seus olhos cegos vasculhando.
Eles não sentem, não sentem nada, Rodrigo lembrou a si desesperadamente, concentrando-se em sua respiração, com medo de andar enquanto a dor ia de um berro a um mero grito.Não são mais humanos.
O ar estava pesado com uma enjoativa fumaça, cheiro de decomposição acelerada e carne queimada.
Ele ouviu alguns tiros em algum lugar no complexo carcerário, mas só alguns; a batalha estava acabada, e todos eles tinham perdido.Rodrigo fechou os olhos pelo tempo que conseguiu ousar, certo de que nunca mais veria outro nascer do sol. E por falar em dia ruim.Tudo começou a dez dias, em Paris. A Mayo tinha invadido a administração do quartel general e criado uma infernal e violenta briga antes que Rodrigo a pegasse.A verdade era, ele teve sorte ela tinha sacado a arma e estava vazia.
È, muita sorte, ele pensou amargamente.Se ele soubesse o que o futuro lhe reservava ele teria recarregado a arma para ela.
A recompensa por tê-la pego com vida foi a chance de levar sua unidade de segurança de elite para combater contaminados vivos no complexo FortLand, numa remota ilha do Atlântico Sul.
A garota terminaria virando uma cobaia para os cientistas, ou talvez uma isca para seu problemático irmão e os rebeldes do D.E.C.O.R, os quais Rodrigo não parava de ouvir. Dezessete pessoas foram seriamente feridas e outras cinco morreram durante a presença de Mayo na administração do quartel general.
Boa parte deles não eram confiável e Rodrigo não dava a mínima para eles, mas capturar a garota significaria que ele poderia conseguir um bom pagamento. A Extell podia transforma-la numa barata gigante de Néon, ele não ligava, e certamente fariam algo pior.

domingo, 10 de julho de 2011

The Fall - Capitulo 4

Seu irmão Gref havia sido apanhado por um enorme Espírito-Sombra, que tinha a forma imprecisa de um Borzog, uma criatura há muito extinta. Tinha pelo menos quatro trechos de altura e ombros larguíssimos. Seus braços se estendiam até abaixo dos joelhos e as duas presas em sua mandíbula inferior eram do tamanho das mãos de Tal. Sob a luz que vinha da torre, ondulava, na escuridão quase total, uma coisa de contornos e feições indefinidos.
A coisa mantinha Gref debaixo de um dos braços e havia puxado sua sombra-guardiã sobre o rosto do menino como uma mordaça. Não havia sinal algum do Escolhido a quem o Espírito-Sombra servia. Mas a quem quer que a coisa servisse, estava levando Gref de volta, provavelmente para o balcão da torre mais abaixo, onde Tal havia começado sua subida.
Tal hesitou. Queria salvar Gref, mas sabia que seria apanhado também. Isso não iria ajudar ninguém, nem a eles, nem a sua família. Como antes, sua única chance estava lá em cima, com as Pedras-do-Sol. Tal enfrentou o Véu mais uma vez. Tinha cometido um erro ao penetrá-lo muito devagar. Dessa vez, precisava chegar lá em cima, conseguir um apoio e subir através do Véu o mais rápido possível.
Respirou fundo várias vezes e levantou-se rápido, com as mãos estendidas acima da cabeça. Seus dedos roçaram numa pedra e, em seguida, sentiu alguma coisa em que poderia se agarrar. Um instante depois, sua cabeça penetrou no Véu.
Mais uma vez, a escuridão era total. Mas agora Tal estava preparado para ela. Ergueu-se por sobre a gárgula seguinte e estendeu a mão, à procura de outro apoio. Achou um, subiu novamente e, em seguida, repetiu a operação.
Ainda não havia saído do Véu e começou a ficar sem ar. Hesitante, respirou lentamente. Deu certo, mas o medo de não ser capaz de respirar foi logo substituído por outro temor. E se estivesse perdido no Véu? Talvez fosse impossível atravessá-lo, a não ser por dentro de uma das torres. Talvez estivesse preso dentro do Véu para sempre!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

The Fall - Capítulo 3

Tal balançou a cabeça e recomeçou a subir. Alcançou uma gárgula bem abaixo do Véu e, quase contra a sua vontade, agachou-se para não alcançar logo a escuridão que pairava acima da sua cabeça. Era quase como estar debaixo d'água olhando para cima, pensou Tal, a diferença é que havia escuridão em vez de claridade. Por fim, esticou a mão para cima, para dentro do Véu, e sentiu um arrepio ao vê-la desaparecer. Mas ainda conseguia senti-la. Ela ainda estava lá.
 Tal ficou de pé. No mesmo instante, foi cercado por uma escuridão total. Começou a respirar com dificuldade, seus pulmões pareciam se contrair. Não estava conseguindo ar suficiente! A escuridão sugava todo o seu ar.
Mergulhou de volta para a confortável penumbra com os feixes de luz que vinham das torres. Segurava a Pedra-do-Sol, que agora brilhava intensamente. Bem depressa, Tal olhou fixamente para ela e a luz se apagou. Ele não queria chamar atenção. E logo depois que a sua Pedra-do-Sol tinha se apagado, um grito abafado ecoou lá debaixo. Por um segundo, Tal pensou ter sido descoberto e se encolheu junto à parede da torre. Em seguida, se deu conta de que aquilo não havia sido o grito de um guarda ou o guincho agudo e inumano de um Espírito-Sombra. Parecia mais um grito de socorro.
O grito ecoou outra vez e Tal sentiu um estranho frio na barriga. Conhecia aquela voz! Rapidamente, olhou para baixo. A uns duzentos trechos, avistou o que parecia ser uma camisa branca, com detalhes em laranja. Era o mesmo tipo de camisa que Tal usava: um uniforme de criança, branco, com as mangas e os punhos da cor de sua ordem. Alguém o havia seguido.
Só podia ser Gref, seu irmão mais novo, um fora-da-lei de nove anos, que tentava fazer tudo o que o irmão mais velho fazia. Tal reconheceu sua voz e a pequena e frágil Pedra-do-Sol.
- Se me tocar, Tal vai explodir você em pedaços! Vá embora! Vá...
Subitamente, a voz de Gref se calou. Por um instante, Tal pensou que o irmão tinha caído, e seu próprio coração parecia ter parado de bater.

The Fall - Capítulo 2

Tal segurou com força a pequena Pedra-do-Sol na corrente de prata em seu pescoço, sentindo o calor dela penetrar em suas mãos geladas. Para entrar em Aenir, precisava de uma Pedra-do-Sol Original. Não apenas para si mesmo, mas também para sua mãe e para seu irmão e sua irmã mais novos.
Desde que a mãe adoecera, e o pai e a Pedra-do-Sol da família tinham desaparecido misteriosamente, Tal teve que assumir, de uma hora para outra, a responsabilidade de cuidar da família. Não estava preparado para isso, mas não tinha escolha. Precisava esconder seu medo bem no fundo de si mesmo e mantê-lo lá. Tinha que ser forte, mesmo que não soubesse de onde tirar essa força.
Queria que seu pai voltasse. Queria que sua mãe ficasse boa. Mas ele os perderia para sempre se fracassasse agora.
Para salvar sua família, precisava conseguir uma nova Pedra-do-Sol. Uma que fosse poderosa, não aquela pedra de criança que carregava no pescoço. Tal respirou fundo e enfiou de novo a pedra embaixo da camisa. Tinha que continuar subindo. Ultrapassar o Véu. Alcançar a plena luz do sol.
É claro que já tinha visto a luz do sol. Ele a vira várias vezes em Aenir, o mundo dos espíritos. Mas lá, ela era mais suave, menos brilhante. Apenas uma vez Tal tinha visto o verdadeiro sol. Quando estava com dez anos, levaram sua turma lá para cima, para além do Véu, e mostraram as Pedras-do-Sol sendo cultivadas em redes prateadas penduradas nas torres. Estava nublado, mas mesmo assim todas as crianças tiveram os olhos cobertos por suas sombras-guardiãs. Pedras-do-Sol podiam captar a luz solar, mas mesmo a mais poderosa não era capaz de se comparar à intensidade e ao brilho do próprio sol.
Naquela ocasião, eles tinham subido pelas escadas, por dentro da Torre Laranja. Tal nunca tinha pensado que um dia iria escalar uma delas... para roubar uma Pedra-do-Sol.
- Roubar uma Pedra-do-Sol - repetiu para si mesmo. Era o último recurso, a única saída que ele via para poder se salvar e a sua família. Tudo o mais já havia sido tentado.
E era também a coisa mais arriscada que podia imaginar. Foi uma escalada bem difícil só para chegar aonde estava, mas isso não era nada. Do outro lado do Véu, haveria guardas e armadilhas - poderosos Espíritos-Sombra que podiam destruir sua sombra-guardiã num segundo e capturá-lo. Era possível até mesmo haver outros Escolhidos, membros da Ordem Vermelha, que ficariam muito satisfeitos em agarrar um garoto da Ordem Laranja rival. Seria a Câmara dos Pesadelos ou coisa pior, e uma desgraça para sua família...

The Fall - Capítulo 1

Tal esticou a mão e se ergueu até a próxima ponta de ferro da Torre Vermelha. Parou para tomar fôlego e olhou para baixo, em direção às luzes cintilantes que contornavam as principais edificações do Castelo. Elas estavam muito longe, e a altura o deixou meio tonto. Rapidamente ele olhou de novo para cima.
O vento era muito mais forte do que imaginara. Uivava ao redor da Torre Vermelha e, em seguida, rodopiava pelas outras seis torres antes de voltar ainda mais forte. Estava esfriando muito, e a escalada tornava-se cada vez mais difícil. Mas a Pedra-do-Sol de Tal fazia o frio ser suportável.
Tal demorou duas horas para subir até o lugar onde agora descansava - uma escalada difícil, por entre as pontas de ferro, gárgulas e incrustações que cobriam a torre. Agora, estava a apenas quatro trechos do ponto onde a torre parecia terminar repentinamente, de encontro ao manto de escuridão total que se estendia pelo céu.
Era o Véu, a estranha barreira que mantinha o mundo todo nas trevas, impedindo a entrada da luz do sol.
Não que estivesse completamente escuro ao redor de Tal. Como na maior parte do Castelo, a Torre Vermelha era iluminada por pequenas Pedras-do-Sol presas nas paredes e nos tetos. A luz dessas Pedras-do-Sol saía pelas janelas, e assim Tal conseguia enxergar por onde subir. As outras seis torres também resplandeciam com a luz, em feixes brilhantes cruzando o céu.
A luz produzia muitas sombras bruxuleantes do lado de fora. Todas as gárgulas e bordas decorativas projetavam uma sombra escura sobre o vermelho ocre da torre. E havia também a própria sombra de Tal. Como acontecia com todos os Escolhidos do Castelo, ela não reproduzia a forma de seu corpo. A sombra que se movia junto com ele fluía e se transformava. Às vezes tinha a forma comum de um garoto de treze anos, às vezes parecia um gato ou um Corvil de duas cabeças, ou alguma coisa tão fluida que não era possível descrever.
Pois a sombra de Tal não era aquela com que ele tinha nascido. Era uma sombra-guardiã, uma criatura mágica de Aenir, o reino dos espíritos. Havia sido destinada a Tal quando ele nascera, para substituir a sua sombra natural e era encarregada de protegê-lo e ajudá-lo. Isso era muito bom, pensava Tal, afinal já era bastante ruim ver no espelho o seu corpo desengonçado e seu cabelo desgrenhado. Sentia-se aliviado por não ter uma sombra deles seguindo-o por toda parte.
A sombra-guardiã não mostrava que Tal era menor do que a maioria dos outros garotos de sua idade. Ou que seu sorriso ligeiramente torto fazia, achava ele, com que parecesse um pouco estúpido. Ninguém pensava assim, mas isso incomodava Tal. Costumava ficar horas se exercitando em frente ao espelho, tentando endireitar aquela crispação do lado esquerdo.
Ele não se importava que a sombra-guardiã fosse apenas um dos espíritos mais fracos de Aenir, um servo de criança. Quando completasse treze anos e três quartos, dentro de dois meses, ele próprio iria entrar em Aenir e capturar um verdadeiro Espírito-Sombra para servi-lo.Isso, se fosse capaz de entrar em Aenir.